quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Magic Computer PC95 Dynacom: Videogames e Computadores parte 3

Em 1995 os consoles de 8 bits já estavam defasados. O lançamento em terras brasileiras do Mega Drive (licenciado pela Tectoy) e do Super Nintendo (licenciado pela Playtronic e posteriormente pela Gradiente), embora com preços ainda salgados em comparação aos famiclones nacionais, faziam com que caísse cada vez mais o interesse pelos consoles de 8 bits. Enquanto praticamente todas as empresas que lançaram famiclones saíam do mercado, a Dynacom se manteve no mercado com o lançamento do Dynavision 4. Como uma tentativa de se manter no mercado, a Dynacom lançou um famiclone PC: O Magic Computer PC95
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Interface Windows?
O Magic Computer PC95 tinha a proposta de trazer a informática ao alcance de todos e de possuir uma interface similar ao Windows (possivelmente o 3.11, que era a versão Windows mais popular na época), sendo inclusive compatível com impressoras matriciais da época. Possuía 16 "programas" instalados. Destes "programas", alguns são jogos e outros são funcionalidades para um computador. Quanto aos jogos, nenhum foi desenvolvido para o Magic Computer PC95: os jogos foram lançados na coletânea Caltron 6 in 1. A lista dos programas, da esquerda para a direita, no sentido horário:

Teste de matemática.
Exercício de digitação.
Jogo de datilografia.
Quadro de recados.
Exercício de datilografia.
Porter (Jogo).
G-BASIC.
F-BASIC.
Magic Carpet (Jogo).
Calendário (Com datas entre 1/1/1995 e 31/12/2004).
Editor de texto.
Calculadora.
Sala de som.
Ballon Monster (Jogo).
Quadro de cálculo.
Compositor musical.

Quanto aos jogos, nenhum deles merece grande menção, exceto talvez por Magic Carpet, um shooter bastante repetitivo. Para um review completo sobre o jogo, recomendo a análise realizada por Sr. Wilson do Portal Contra-Ataca. Ballon Monster é um jogo em que se deve acertar as bolas de sabão até que não sobre nenhuma e Porter é um jogo em que se deve mover as caixas para cima das estrelas marcadas no chão.
Os três jogos da memória
Havia a disponibilização de ferramentas de programação. O G-BASIC era o mesmo fornecido como V3 do Famicom Basic, enquanto o F-BASIC era uma versão bastante comum do BASIC. Para auxiliar quanto à programação, o Magic Computer PC95 incluía dois manuais: um manual de operação e um manual de programação em BASIC.

Como um videogame, O Magic Computer PC95 era um famiclone como qualquer outro: entrada de 60 pinos (porém o adaptador para jogos americanos de 72 acompanhava o aparelho), acompanhava um controle TPC-1 (porém branco, diferente do vendido nas lojas que era preto), saída RF e AV. Diferente dos Dynavisions até então, o Magic Computer PC95 utilizava uma fonte elétrica e não somente um cabo, não possuindo então uma fonte interna.

Compatibilidade de 60 pinos. Os dois manuais e o controle TPC-1 branco.

Unboxing. Detalhe para a fonte.
Em termos dos programas, havia um editor de texto sem muitos recursos, uma calculadora, um quadro em que era possível fazer cálculos em sequência (mas nada se comparado ao Excell 95, por exemplo). Chamam a atenção o Compositor Musical e o Sala de Som, "programas" para se criar e ouvir músicas em 8 bits. Embora o Sala de Som possua apenas músicas pré-programadas, no Compositor Musical era possível gravar as músicas criadas e ouvi-las a qualquer momento.

Teste de Matemática, Compositor Musical e Sala de Som: alguns programas do Magic Computer PC95
Gravar as músicas, bem como cálculos, textos e recados criados com o Magic Computer 95 era possível a partir de um cartucho que possuía 256k de memória (hoje algo risível!). Este cartucho que acompanhava o console/computador possuía uma bateria interna, similar à já usada em The Legend of Zelda, Final Fantasy, Dragon Warrior e demais jogos que salvam o progresso, que permitia armazenar as informações produzidas pelo Magic Computer PC95. Havia ainda a recomendação de que a bateira fosse trocada a cada 2 anos.



Normalmente este console não acompanha cartuchos além do Cartucho de Memória e do Adaptador para Nintendo Americano. A versão aqui apresentada acompanha o Cartucho de 40 Games, aquele mesmo que se encontra com bastante facilidade no Mercado Livre - e com preço bem salgado. A seguir reproduzo as fotos de um anúncio deste cartucho, caso alguém tenha dúvidas sobre os jogos que acompanhavam ou queira investir em um cartucho destes.


Existia também uma versão limitada que acompanhava uma Turbo Flash Gun.

Agora uma pergunta: se o nome do console é Magic Computer PC95, por que o nome ASDER PC 95 na tela inicial? De acordo com a Dynacom, o nome ASDER é uma sigla e significa Aplicativos Simplificados Dirigidos à Educação e ao Raciocínio. Na verdade, este dispositivo foi criado pela NTDEC a mesma empresa que lançou o Caltron 6 in 1 e lançado no mercado asiático em 1995, com o nome ASDER PC 95 já que Asder é o nome da empresa fora dos EUA. Existem verões em inglês, russo e árabe circulando como roms pela internet. Se a Dynacom lançou com autorização ou não, isso jamais saberemos...

Em 2008, pouco antes da falência, a Dynacom apostaria mais uma vez em lançar um Famiclone PC... (Continua na parte 4)

Atualizado em 28/01/2015: A pedidos, a rom do Magic PC-95 (ASDER-PC 95) está disponibilizada aqui.